Forma de expressar-se

Em 1999 um fato mudou minha vida. Me fez olhá-la de uma forma diferente. Para superar o que vivia naquele momento, li no final do ano citado, o livro de Richar Bach - Fernão Capelo Gaivota. Meus pensamentos tomaram outras direções. Minha incursão na leitura tomava gosto nesse momento. Foram muitos os livros após terminar minha especialização e iniciar o mestrado. Em cada leitura, um novo pensamento; em cada novo pensamento traduções poéticas das experiências vivenciadas, sentidas, experimentadas no meu dia a dia, no meu cotidiano. Poesias e poemas passaram a ser a forma de eu dizer de mim, meu pensar, meu sentir, meu viver. Para mim, a poesia não tem tradução, nem explicação. Ela apenas diz. Comunica o incomunicável. Em muitos momentos ela fala por mim.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Anesthésie

Desvairado e entorpecente
Voluptuosidade
Calmaria translúcida
Afago insano
Riso nefasto

Ai de mim se te perco
Ai de ti se não me encontras

Galopante das estrelas
Corredor dos céus
Navegante das nuvens
Reluzente diamante
Extenso lampejo

Ai de mim se te deixo
Ai de ti se me negas

Textura audaciosa
Tintura que não se decifra
Natureza indomável
Espelho multifocal
Janela inexata

Ai de mim se não te ouço
Ai de ti se não me falas

Enigma das alturas
Fundamento profundo
Líquido insaciável
Correnteza onírica
Hercúleo hóspede

Ai de mim se não te sinto
Ai de ti se não me tocas

Cheiro inebriante
Sabor inigualável
Prisão sem chaves
Desejável aurora
Sublimação vital

Ai de mim se não te atraio
Ai de ti se não me alcanças

Bálsamo longínquo
Presença perene
Sopro e fogo
Vida.

NOGUEIRA, Valdir

DANÇA

Dançam vida e morte
Feiúra e beleza
Velho e novo
Criança e jovem

Dançam águas e ares
Mares e rios
Flores e florestas
Aves e céus

Dançam cores e cheiros
Espelhos e imagens
Luzes e sons
Sonhos e fantasias

Dançam idéias e textos
Gritos e choros
Imagens e magias
Suspiros e esperanças

Dançam todos
Tudo dança.

Dançam ventos e eventos
Palhaços e risos
Melodias e afagos
Desejos e encontros



Dançam singelezas e altruísmos
Caminhos e caminhantes
Fortes e nobres
Ricos e pobres

Dançam os que vivem,
Dançam os loucos,
Dançam os possíveis,
Dançam os olhos e olhares.

Dançam eles e os outros,
Você e eu,
Dançam todos e tudo.
Tudo dança,
Até o Universo.

Autor: Valdir Nogueira